A Democracia CorinthianaO Timão sempre foi um dos clubes mais importantes do futebol brasileiro. Mas a Democracia Corinthiana é um feito único no mundo: jamais houve algo parecido em termos de organização, força de conjunto e democracia. Quando se juntaram na mesma equipe atletas politizados como Sócrates, Wladimir, Casagrande e Zenon, foi natural uma revolução nos bastidores do alvinegro. Em pleno regime militar, os craques protagonizaram o maior movimento ideológico da história do futebol nacional: a Democracia Corinthiana. O movimento fez algo que parecia impossível. Através do futebol, o mais popular esporte nacional, passaram a discutir questões de interesse da sociedade civil, debater o que se buscava com a redemocratização do Brasil e, ainda por cima, dar o exemplo de como era possível existir uma sociedade que respeitasse a opinião de todos e pusesse em prática os desejos da maioria. Os atletas tinham voz ativa dentro do Corinthians. Era a flexibilização das regras que regiam a vida dos atletas dos clubes. Eles opinavam sobre as concentrações, as opções táticas, um pouco de tudo. E o mais importante é que eles realmente eram ouvidos. Com esse regime inovador e único, o Timão fez a festa. Faturou os Paulistas de 1982 e 1983, ambos em cima do São Paulo. Em 1982, mesmo perdendo a primeira partida da final por 3 a 2, o alvinegro venceu os outros dois jogos (1 a 0 e 3 a 1) e levou a taça. O bi de 1983 teve direito a show de Sócrates. Ele marcou todos os gols das semifinais contra o Palmeiras (1 a 1 e 1 a 0) e também da final contra o São Paulo (1 a 0 e 1 a 1). Quatro gols do doutor que deram ao Timão seu 19º Título Paulista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário