sábado, 6 de dezembro de 2008

O Jejum


O Jejum

Se os anos 50 foram inesquecíveis, os anos 60 não foram nada felizes para o Timão. O time perdia espaço no cenário estadual e ficou um bom tempo sem conquistar títulos de renome, se limitando a troféus como os da Taça São Paulo em 1962 e do Rio-São Paulo de 1966, divido com mais três equipes. Na única década de sua história em que não conquistou nenhuma vez o campeonato paulista, o Timão amargou, além do jejum de títulos estaduais, o tabu contra o Santos de Pelé em Paulistas. O tabu se manteve por 11 anos, com um total de 22 jogos. Teve início após o dia 21 de julho de 1957, quando o Timão derrotou o Santos por 2 a 1, e só foi terminar no dia 06 de março de 1968, quando Paulo Borges e Flávio fizeram os dois gols da vitória sobre o rival da baixada, fazendo a alegria da Fiel no Pacaembu. Curiosamente, foi nesse período ruim, mais exatamente em 1966, que surgiu o apelido de Timão. Na época, o Corinthians contratou jogadores de renome, sendo o maior deles Garrincha, já em final de carreira, e começou a ser chamado pela mídia de Timão. Mas se Garrincha não conseguiu tirar o Corinthians da fila, pelo menos fez com que o Corinthians ganhasse o apelido que lhe caiu como uma luva. Nos primeiros anos da década de 70, um time com craques memoráveis deu grandes esperanças ao torcedor: Rivellino, Zé Maria e o goleiro Ado, todos campeões da Copa de 70, embalavam o Timão. Mas os títulos não apareciam e a principal decepção aconteceu no Campeonato Paulista de 1974. O Timão fez grande campanha e foi o primeiro a se garantir na decisão do Campeonato Paulista deste ano – que acabou sendo contra o Palmeiras. Depois de 17 anos sem disputar uma final de Estadual, a Fiel lotou o Morumbi – estima-se que mais de 100 mil corintianos foram ao estádio – mas o final foi trágico. Naquela tarde de 22 de dezembro, Ronaldo marcou o gol que manteve o Timão na fila por mais três anos. A culpa da derrota recaiu sobre o craque do time, Rivellino, que acabou sendo negociado com o Fluminense.

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